Cascais, Capital Europeia da Juventude em 2018

Cascais: as praias, os barcos, os gelados…, mas sobretudo os jovens!

Em 2016, Cascais tinha perto de 210 mil habitantes, dos quais 40% com menos de 35 anos. A cidade, situada a 45 minutos de Lisboa, é antes de mais uma estância balnear que atrai muitos turistas, quer portugueses quer estrangeiros. Há uma marina, praias, parques, um centro histórico, e restaurantes pitorescos. À primeira vista, é difícil imaginar que Cascais é também uma cidade dinâmica, onde a juventude tem um papel importante.

Mas foi por isso que a bela Cascais foi nomeada capital europeia da juventude (CEJ) no ano de 2018. A cidade apresentou um projeto com o tema “Glocal Youth”, com o desejo de criar mudanças às escalas local, regional e internacional.

E a capital europeia da juventude é o quê?

Começou por ser um projeto do Fórum Europeu da Juventude. Criado em 1996, o Fórum reúne atualmente mais de uma centena de conselhos nacionais da juventude e associações de jovens. Os principais objetivos do Fórum Europeu da Juventude são o melhoramento da participação cívica dos jovens e o reforço das competências, autonomia e inclusão das associações juvenis.

O projeto da CEJ foi concretizado pela primeira vez em 2009, quando foi Roterdão a escolhida como capital europeia da juventude. As cidades candidatas tinham de propor um projeto polivalente, centrado em torno da juventude e da Europa. Assim, os projetos envolviam dimensões sociais (as associações de juventude, inclusão social e voluntariado), profissionais (o emprego jovem e a formação profissional) e internacionais (o multiculturalismo e a cooperação europeia). Procuram-se elos entre os jovens, não só com a sociedade civil local, mas também com a europeia, através de projetos existentes ou criados para o efeito, com o fim de incentivar a participação a longo prazo na vida social e política na Europa.

Segundo o website do projeto, Cascais 2018, foram já organizados diversos eventos desde o início de 2018: conferências e workshops sobre o mercado de trabalho para os jovens de Cascais, uma conferência internacional sobre o envolvimento social dos jovens, um fórum binacional, organizado em parceria com Espanha, sobre o emprego jovem na Península Ibérica, e também emissões de rádio, concertos e uma semana temática dedicada ao feminismo.

Infelizmente, e como mostra um dos vídeos promocionais da campanha Cascais 2018, a juventude é ainda representada de forma sobretudo superficial, o que não joga bem com as suas variadas aspirações. Convém lembrar que a juventude de Cascais não tem só talentos inatos para tirar selfies ou fazer passeios pelos lugares naturais e históricos da cidade, mas que também tem a possibilidade de fazer propostas dinâmicas para ocupar a posição que merece.

E os jovens, onde ficam no meio disto tudo?

O projeto CEJ existe há apenas dez anos, mas já se pode ver que irá durar. As candidaturas de cidades motivadas são cada vez mais, e é bom perceber que há uma nova importância dada à juventude europeia e às suas organizações.

De facto, apostar na juventude é visto como um golpe de bom senso e estratégia. Bom senso porque os jovens são cidadãos europeus como os outros, com direitos e deveres, e que merecem que a sua situação e os problemas aos quais eles fazem face devem ser tidos em conta. Estratégia porque os jovens são tradicionalmente mais favoráveis ao projeto europeu que as gerações mais antigas, tendo esta tendência mesmo depois do retorno em força do euroceticismo. Mais, serão eles que se empenharão na construção da Europa do futuro. Portanto, é pertinente seguir este género de iniciativas e de as generalizar na totalidade dos países europeus.

As próximas capitais europeias da juventude serão Novi Sad (Sérvia) em 2019 e Amiens (França) em 2020.